O projeto arquitetônico do Museu do Mar Aleixo Belov, desenvolvido pelo arquiteto e urbanista Joaquim Gonçalves, e seu escritório G Arquitetura, foi concebido para o casarão Casa do Oitão, no Centro Histórico de Salvador, na região considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 1985, com a pretensão de preencher o edifício, adaptar o espaço vazio no interior do casarão para ser o Museu do Mar para abrigar as coleções de viagens do navegador e engenheiro Aleixo Belov, tendo como uma das principais atrações o veleiro Três Marias, totalmente projetado por ele, de forma bastante artesanal, com a intenção de “dar a volta ao mundo, em solitário, a bordo de um barco a vela de bandeira brasileira” ( palavras de Belov no seu primeiro livro A Volta ao Mundo em Solitário, 1981, pag. 17.) Essa adaptação implicou em criar um espaço para que o barco, que cumpriu sua missão na intenção do criador, fosse instalado dentro do casarão na íntegra, com suas velas e mastros. Na elaboração do projeto foi compreendida e preservada a integridade física do casarão, assim como os materiais ali expostos, e toda a intervenção foi marcada por uma nova estrutura metálica independente do existente.

O MUSEU DO MAR Aleixo Belov promovido e patrocinado, na sua origem, por Aleixo Belov é um espaço onde o ensino e a aprendizagem funcionam de forma integrada, interligada e contínua. O MUSEU DO MAR Aleixo Belov é um espaço de possibilidades! Os visitantes poderão ver uma concha gigante e outra muito pequenina e se perguntarem sobre a função de cada uma no meio ambiente marinho. Mas também podem descobrir que cada uma delas pode significar um espaço de poder econômico, político ou social, a depender da cultura na qual estão integradas. E o MUSEU DO MAR Aleixo Belov oferece, através de um sistema integrado de oferta de informação, a chance de cada visitante construir seu próprio conhecimento, a partir de suas vivências. O Museu hoje é o início de um caminho aberto para o mundo. Ali se encontram informações sobre o meio ambiente marinho; sobre o saber fazer adquirido por muitos navegadores para poderem navegar em segurança e usufruírem dessas viagens; sobre os bens culturais produzidos pelos humanos para poderem usar e usufruir dos mares e oceanos, tal como Aleixo Belov se dispôs a fazer. Quem desejar saber ou desejar saber fazer, vai encontrar nas atividades desenvolvidas no Museu e na Fundação Aleixo Belov que o mantém, tudo o que é necessário para bem navegar à vela e se deixar encantar com o mar.

Heloísa Helena, Museóloga.